sábado, 25 de junho de 2011





Noites vêm e vão, ninguem me nota.
No barulho do ônibus eu penso em você.
Sei que esse pensar hoje em dia é moda
E que a vida tem muito mais a oferecer.

Eu chego e me pergunto: Que fazer?
Vejo os livros e penso: onde ir?
Suspiro e finjo que vou resolver.
Respiro e penso comigo: não vou fugir

E como vai ser o nosso futuro?
E quando te darei o presente?
Tenho que tirar o pó do embrulho
Tenho que parar de ser diferente

E quando a gente se ver eu vou pensar:
"Eu não estou aqui, não está acontecendo"
E eu não vou chorar, nem me rastejar
Será triste ver tudo levado pelo vento.

Porque as escolhas deveriam ser de todos
E alguns abrem mão de agir por si
Poêm a culpa no destino ou nos outros
E acham mais facil dizer "não" que "sim"

E se eu vou ser mais um nesse miolo
É melhor se afastar sem machucá-la mais
A dor que ela causará em si é de bom tamanho
E em tais situações não se volta atrás.

(essa também precisa de um título)

domingo, 19 de junho de 2011

Sobreviver


"Alô?" responde com voz de sono e com esperança
De que o mundo se feche diante do seu sono.

E você sabe: a noite é curta e os dias são longos
E alguns minutos bastam para acordar a lembrança.

E com a lembrança alerta você acaba esquecendo
que o sonho não dura mais que uma noite

Mas que não há corpo que aguente tanto açoite
Nem certeza que não se abale a qualquer momento

É muito mesquinho querer salvar apenas a si
E muito fragil achar que sabe de tudo que há...

Pois no momento em que você menos esperar
Verás o dinheiro acabar e a casa ruir...

E não adianta chorar, nem adianta escrever
Sem providenciar um final que posssa valer a pena

Pois o mesmo remédio que cura, envenena
E só há um momento de se olhar pra trás: o sobreviver

Antes o caminho era curto demais
Agora a unica companhia é o eco
E a ausência peenche todo espaço

Numa noite que deveria ser única
Um sentimento tão especial acabou
E de todo o calor restou o mormaço

A música tocou, a festa acabou
Os casais andaram nos corredores
Sexta feira, um dezembro qualquer

Mais um que voltaram a ser dois
Olhos nos olhos, beijo no rosto, "Até mais"
E mais um copo, dois, três...Quantos tiver

Cabe a mim esquecer e esperar
Na ordem que o tempo quiser
Da forma que o caminho deixar.

O colorido dos vestidos agora é cinza
Como o terno preto e a rosa branca
Como se foi o que era pra ficar

Ela e os sapatos nas mãos numa esquina
Ele e o Terno no ombro em outra
Mais um final que não foi feliz.

E ao vê-la ir pra não voltar mais
Sobrou cinzas, espuma, saudade
E um desejo: "dançe para mim!"

(Ajudem-me com um título a essa poesia...)